PROFESSORA INDÍGENA DENUNCIA DESLIGAMENTO POR PERSEGUIÇÃO POLÍTICA NO RIO DE JANEIRO

Reproduzimos o texto do Jornal AND, publicado na página do feicebuque em 3/10/14, sobre mais uma perseguição aos lutadores sociais. No caso, indígena atuante da Aldeia Maracanã, que compõem a FIP-RJ, e professora da rede pública.

PROFESSORA INDÍGENA DENUNCIA DESLIGAMENTO POR PERSEGUIÇÃO POLÍTICA NO RIO DE JANEIRO

Até alguns dias atrás, a professora de biologia e indígena da etnia Manauara, do tronco Arawak, Mônica Brandão, lecionava para presos nos pavilhões do presídio de Gericinó, em Bangú, zona norte do Rio. O programa é uma das atividades promovidas pela DIESP — Diretoria Especial de Unidades Escolares Prisionais e Socioeducativas. Mônica é conhecida por sua luta em defesa da Aldeia Maracanã e foi vítima de violência policial inúmeras vezes, inclusive nas duas ocasiões em que indígenas foram covardemente despejados do edifício do antigo Museu do Índio. Além disso, Mônica é presença certa nos protestos que têm agitado a cidade desde junho de 2013 e, como educadora, apoia com unhas e dentes o movimento em defesa da educação, que já prepara uma nova greve.

Em setembro, a SEAP entrou com processo administrativo contra a professora solicitando seu afastamento da DIESP, que prontamente acatou a decisão e afastou Mônica de suas atividades. Há dias, Mônica tenta copiar o processo para entender o motivo da sentença, imputada antes mesmo de atestada a legalidade do mérito. No entanto, todos os pedidos foram negados, pois segundo a SEAP e DIESP o processo é “sigiloso”.

— Alegam que o processo é sigiloso e me negam a cópia. É perseguição política, é assédio moral, é crime de ilegalidade! Mas não me envergarei sequer e a justiça naquilo que faço, o fruto do meu trabalho e ações, falarão por si e mais alto. Não temo processos, é uma honra incomodar, é a melhor avaliação do meu papel de educadora e de cumprimento de missão em forjar as mudanças justas desta sociedade. Realmente, talvez não estejamos do mesmo lado e veremos quem sairá mais desgastado! As ruas já estão falando. Será que pretendem colocar todos na prisão e nos presídios urbanos? — questiona Mônica.

Procuradas por email para explicar o afastamento da educadora, a Secretaria de Administração Penitenciária e a Secretaria Estadual de Educação disseram que Mônica “colocou em risco, por atos e procedimentos, o sistema de segurança da Unidade Prisional”, mas não disseram especificamente como.

Além de lecionar Biologia Política e Biologia do Conhecimento no Complexo Penitenciário de Gericinó em Bangu (Regional VIII da rede estadual de ensino), Mônica também é professora do GEPUM (Grupo de Educação Popular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Comunidade Metrô Mangueira), dá aulas na Universidade Intercultural Indígena Aldeia Maracanã e é pesquisadora do Hospital Universitário Pedro Ernesto (FCM-HUPE-UERJ).

Texto de PATRICK GRANJA

 

mônica lima

Sobre o “LANÇAMENTO DA CAMPANHA UNIFICADA PELA LIBERDADE DE CAIO, FÁBIO E RAFAEL BRAGA”

Por RAFAEL GOMES PENELAS / A Nova Democracia

Cerca de 200 pessoas participaram, na noite da última terça-feira, 30 de setembro, no auditório da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do ato de lançamento da campanha pela liberdade dos jovens presos políticos Caio Silva, Fabio Raposo e Rafael Braga e pela extinção de todos os processos.

Participaram da mesa representantes do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – Cebraspo, do Comitê Pela Liberdade de Rafael Braga Vieira, da Comissão dos Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos – RJ, da Frente Independente Popular – RJ, os advogados Dr. João Tancredo (Instituto de Defensores dos Direitos Humanos), Dr. Marino D’Icarahy e Dr. Felipe Nicolau (Associação Brasileira dos Advogados do Povo). O evento ainda contou com a importante presença de Dona Marilene, mãe de Caio Silva, que fez uma fala relatando a situação de seu filho na prisão e sua opinião sobre os acontecimentos desde o encarceramento do jovem.

O evento foi marcado por falas enérgicas condenando a criminalização das lutas populares, a perseguição política aos manifestantes, a repressão policial e as campanhas orquestradas pelo monopólio da imprensa. Ativistas presos políticos ‘da Copa’ também marcaram presença.

Em trechos do documento lançado pela Comissão dos Pais e Familiares, destacamos as seguintes passagens:

“Rafael Braga foi preso no dia 20 de junho de 2013 por portar Pinho Sol e desinfetante. Morador de rua que ganhava a vida guardando carros e vendendo material reciclável, foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão. O laudo pericial da Polícia Civil do Rio de Janeiro atesta que o material que Rafael portava não poderia ser usado como explosivo, mas o judiciário ignorou o laudo e mesmo assim Rafael segue preso no complexo penitenciário de Bangu. A prisão dele deixa explícito o perfil de criminalização do poder judiciário brasileiro e seu completo descomprometimento com qualquer aspecto de justiça e democracia: são os negros, são os pobres, são os ativistas políticos e sociais.”

“Caio Silva e Fábio Raposo são vítimas de um julgamento do monopólio de comunicação. A acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado não passa de um impropério, um absurdo e uma aberração. É mais do que claro que não houve qualquer intenção de matar ninguém, e a trajetória errática do artefato da fatalidade só confirma que tudo não passou de uma infeliz fatalidade. Esses jovens ativistas estavam nas ruas lutando pelos direitos de todo o povo. Caio e Fábio foram julgados por uma mídia institucional raivosa, que esqueceu de questionar como a Band, então empregadora do Santiago, o enviou para uma área de conflito sem qualquer proteção individual (EPI). Eles foram usados de bode expiatório enquanto lutavam exatamente contra os absurdos que envolvem a criminalização de pessoas como o próprio Rafael Braga.”

Mais informações: https://www.facebook.com/CP4RJ

 

AO SOM DE SIDERAIS, ATO LEMBRA A BATALHA DA EDUCAÇÃO NO RIO EM OUTUBRO DE 2013

Na noite do dia 1º de outubro, cerca de 500 pessoas, a maioria educadores da rede estadual e municipal de ensino, se reuniram na Cinelândia, Centro do Rio, para lembrar a Batalha da Educação em outubro do ano passado, há exatamente 1 ano. Na ocasião, educadores em greve resistiram por dias à toda ordem de violência usada pela PM para reprimir o movimento grevista.

Policiais foram flagrados atirando telhas, pedras e bombas de gás lacrimogêneo de cima da Câmara de Vereadores contra profissionais da educação que protestavam pacificamente contra um projeto de lei de desmanche da educação pública. Na mesma ocasião, PMs foram flagrados atirando spray de pimenta a esmo e forjando rojões na bolsa de um estudante. A ação despertou a ira do cariocas, que dias depois tomaram as ruas aos milhares para protestar em defesa da educação pública.

No protesto da última quarta-feira, filmes foram exibidos pelas massas e um varal com várias fotografias foi colocado nas laterais das escadarias da Câmara. Depois de várias intervenções e uma breve agitação no acesso ao teatro Municipal, a banda Siderais fechou o ato com o melhor da música marginal carioca.

(Texto de Jornal A Nova Democracia, publicado em 2/10/14, em sua página no Feicebuque)

O CALENDÁRIO DE ATIVIDADES FOI ATUALIZADO! FIQUEM LIGADOS!

::: CALENDÁRIO DE ATIVIDADES :::

30/09, 3ª feira, 18h – Lançamento da Campanha Unificada para a Liberdade de Caio Silva, Fábio Raposo, Rafael Braga e Extinção de Todos os Processos Políticos. Local: UFRJ – Praia Vermelha (Auditório de Serviço Social).
https://www.facebook.com/events/371053136383600/

01/10, 4ª feira, 16h – Paralisação de 24 horas dos profissionais de educação da rede estadual de ensino, convocada pelo Sepe. Local: Cinelândia.

01/10, 4ª feira, 17h – Panfletagem Contra a Farsa Eleitoral. Campanha ‘Não Vote, Lute pela Revolução!’. Local: Estação Central do Brasil.
https://www.facebook.com/events/356315734549807/

02/10, 5ª feira, 12h – Debate sobre os Movimentos Sociais e Eleições. Local: UERJ (9º andar).

02/10, 5ª feira, 16h – Panfletagem Contra a Farsa Eleitoral. Campanha ‘Não Vote, Lute pela Revolução!’. Local: Uruguaiana (esquina com a Av. Presidente Vargas).
https://www.facebook.com/events/358539224300557/

03/10, 6ª feira, 17h – Ato Contra a Farsa Eleitoral. Local: Saída do Metrô da Uruguaiana (esquina com a Av. Pres. Vargas).
https://www.facebook.com/events/1467252963563247/

03/10, 6ª feira, 18h – Sessão “Retorno a Bakunin: Proletariado e Organização Federativa.” Local: UERJ (9º andar).
https://www.facebook.com/events/1477206465894699/

04/10, sábado, 11h – Panfletagem do MUDI-Mov Contra a Farsa Eleitoral. Local: Praça da Cruz Vermelha (Feira Livre).

06/10, 2ª feira, 18h – Próxima Plenária da FIP-RJ. Local: UERJ (9º andar).
https://www.facebook.com/events/295388467327834/