UM VERDADEIRO DIA 15 DE MARÇO! (“Fórum de Enfrentamento ao Genocídio do Povo Negro”))

UM VERDADEIRO DIA 15 DE MARÇO!

Ontem [15/3/15] tivemos uma verdadeira manifestação no dia 15 de março, em Madureira: o ato em memória de Cláudia Ferreira da Silva, 38 anos, mulher negra, auxiliar de limpeza e moradora do Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro, assassinada pela polícia militar, em 16 de março de 2014.

“O assassinato de Cláudia revela a face cruel do racismo brasileiro, que se dá através da violência do Estado. Vê-se as diferenças de repercussão da mídia, em relação ao menino João Hélio, este o tempo todo lembrado por seu nome; já Cláudia, foi duplamente desumanizada, pela polícia e imprensa, que insistia em usar o termo “mulher arrastada”, descaracterizando a vítima. E assim segue o genocídio do povo negro.

Você sabe o que é ‘genocídio’?

Em 1912, um ‘médico’ chamado Afrânio Peixoto disse que o Brasil levaria 100 anos para se livrar completamente da população negra que restou da escravatura. Ou seja, queriam que em 2012 não houvesse mais negros/as no Brasil, que a população, conforme os planos de eugenia, estaria completamente ‘clareada’. Naquela época, existiam CEM negros para cada UM branco. Cem anos depois, somos, ainda, 52% da população. O genocídio está em curso ainda.

A violência contra mulheres negras nos hospitais, que iniciou naquele período, leva mães negras e seus bebês a óbito; o encarceramento em massa, onde 80% são de homens negros nas prisões masculinas, e nas femininas, 70% são negras. De cada 100 assassinatos, 80 são negros; morrem 83 negros por dia.

Genocídio é ‘(…) a destruição de uma nação ou de um grupo étnico'”.

* Texto retirado do panfleto do ‘Fórum de Enfrentamento ao Genocídio do Povo Negro’.

Cláudia Ferreira presente na luta!

Debate da FIP-RJ Opressão e Resistência da Mulher Trabalhadora

No dia 20/3 realizamos o debate Opressão e Resistência da Mulher Trabalhadora

Data: 20/03 (sexta-feira)
Local: UERJ, 9º andar (RAV 92)
Horário: 18h

Evento:

A questão da mulher nunca deixou de ser essencial. Mesmo após quase cem anos de criação do dia Internacional da Mulher Trabalhadora percebemos a necessidade de que cada vez mais mulheres estejam se organizando por sua emancipação e atuação em todas as lutas combativas que busquem a transformação da sociedade.

Com foco na opressão, criminalização e resistência, damos um passo importante para expormos nossas diferenças e consensos, impulsionando a garra e a firmeza de todas.

Em comemoração ao dia 8 de março, as mulheres da Frente Independente Popular convidam todas e todos para um debate aberto e amplo sobre a opressão feminina e a luta das mulheres.

Participaram da Mesa:

– Coletivo Feminino Anita Garibaldi
– Camila Jourdan, professora da UERJ
– Gizele Martins, moradora da Maré
– Movimento Feminino Popular

Contra a opressão da mulher!
Viva a luta da mulher trabalhadora!
Viva o 8 de março!

Fotos:

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Ato dia 12/3/15: Abaixo o processo machista! Liberdade para todxs os presos políticos!

https://www.facebook.com/events/688631847925730/?ref=3&ref_newsfeed_story_type=regular

Na próxima quinta-feira, dia 12/03, será realizada no Tribunal de Justiça a última audiência do processo político contra os 23 manifestantes. No intuito de dialogar com a população, decidimos fazer um ato que se concentrará na Candelária às 17h e caminhará até o TJ, onde permaneceremos em vigília até o fim da audiência.

Estamos nos aproximando da reta final desta batalha contra a criminalização das lutas populares. A perseguição dos 23 ativistas através deste processo ilegal representa a cassação dos direitos democráticos de livre manifestação e a criminalização dos movimentos sociais, com o objetivo de transformar a luta popular em “organização criminosa”.

Convocamos estudantes, professores, organizações, entidades, movimentos populares, trabalhadores e trabalhadoras a estarem presentes no ato! A audiência já estará ocorrendo a partir das 13h e durará até bem tarde, pois consistirá no interrogatório de todos os 23 acusados.

Antes da concentração faremos uma oficina de faixas e cartazes no IFCS, a partir das 16h. Venha ajudar a construir o ato!

 

LUTAR NÃO É CRIME!
NÃO VÃO NOS CALAR!
NINGUÉM FICA PARA TRÁS!

Mulheres. Guerreiras. Lutadoras. Que “saíram” do LUTO para a LUTA!

(Com a palavra, RCMCV)

Mulheres. Guerreiras. Lutadoras. Que “saíram” do LUTO para a LUTA!

Mulheres que tiveram seus filhos assassinados pela polícia militar do Rio de Janeiro. Fátima Pinho, Fátima Silva e Ana Paula Oliveira. É com muito orgulho que lutamos ao lado dessas mulheres!

mães guerreiras

Foto: Katja Schilirò

Grandes mulheres. Grandes guerreiras.

Mulheres, mães que tiveram seus filhos, em 2012 e 2013, mortos pela polícia militar do Rio de Janeiro. Mulheres, mães que não se deixaram abater. Levantaram-se da dor e foram a luta.

Querem justiça.

Fátima Pinho, Fátima Silva e Ana Paula Oliveira.

Mulheres, mães da favela.

Querem justiça.

 

 

Nota da FIP sobre a Luta das Mulheres

Temos visto desde as massivas manifestações de junho a juventude honesta e combativa defender o direito de se manifestar e de lutar pelos direitos de todos. Em todos os setores, seja na mobilização, organização e agitação, e mesmo na linha de frente, têm se destacado as mulheres. São valorosas companheiras que se colocam a serviço do povo, determinadas a fazer valer seu grito e escrever uma nova história. Nós da Frente Independente Popular (FIP) saudamos essas bravas lutadoras cientes de que só com a participação das mulheres, a metade de todo o nosso povo, será possível a transformação cabal dessa sociedade injusta baseada na exploração do homem pelo homem em outra verdadeiramente humana. Não há um só exemplo de luta democrática ou popular em toda a história da humanidade em que não tenham se destacado mulheres que se transformaram em heroínas dos povos. Esse Estado policial com suas classes dominantes reacionárias e fascistas sabe da importância e teme a participação da mulher nas lutas populares. E através da mais brutal repressão revela seu desespero na vã tentativa de sufocar a fúria milenar da mulher. Fúria essa que quando despertada é capaz de demolir as opressoras margens do rio, deixando transbordar toda a revolta acumulada por anos de injustiça e sofrimento. A FIP orgulha-se de ter em suas fileiras de homens e mulheres os mais pródigos filhos do povo.

Frente Independente Popular – RJ

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2013.