Notas de repúdio de diversas organizações ao ataque perpetrado pelos bate-paus do Partido “Socialista” dos Trabalhadores Unificado

Nota do MEPR:

http://mepr.org.br/noticias/movimento-estudantil/981-posicionamento-do-mepr-sobre-a-covarde-agressao-do-pstu-contra-a-fip-e-o-mepr.html

Sobre os fatos:

No último dia 16, ocorria no 9º andar da UERJ uma reunião de uma comissão da Frente Independe Popular, que estava preparando uma atividade cultural na Aldeia Maracanã. Por volta das 21:50 hs, enquanto acontecia a reunião tranquilamente, um bando de 50 militantes e dirigentes do PSTU, sua maioria absoluta de sindicalistas e militantes vindos de fora da UERJ propositalmente, se dirigiu a sala onde a reunião ocorria, sendo que 30 entraram na sala e 20 ficaram do lado de fora (assegurando que ninguém pudesse entrar), e começaram imediatamente as agressões e espancamentos com socos, pontapés e cadeiradas contra os ativistas presentes.

Dentre estes estavam o diretor do Sindipetro, Eduardo Henrique; o segurança da Conlutas Leandro Santos, um sindicalista dos Correios, Daniel Macedo, o candidato sempre derrotado a deputado Júlio Anselmo, um professor do Colégio Estadual Júlia Kubitscheck, Thiago Hastenreiter, dentre outros Dirigentes e militantes que ainda estão sendo um a um identificados.

Durante a covarde agressão, 5 dirigentes do PSTU que enchem suas bocas imundas para falar do combate a “opressões” espancaram ao mesmo tempo uma jovem estudante secundarista de recém completados 18 anos, que apesar de resistir o quanto pôde, ficou com muitas lesões na cabeça. Dentre eles está Thiago Hastenreiter que é nada menos do que professor desta mesma companheira no Colégio Estadual Júlia Kubitscheck! Thiago além de agredir uma mulher, bateu em sua própria aluna!

Além de lesões e feridas nos rostos e nas costas que obrigaram os companheiros a se hospitalizar, um dos companheiros agredidos teve que dar pontos cirúrgicos em um profundo corte na mão. Para completar estes bandidos travestidos de militantes ainda roubaram uma mochila e um celular dos agredidos.

Apesar da brava resistência de todos os companheiros, a horda de bate-paus do PSTU só parou suas agressões com a interferência de seguranças da UERJ e de outros estudantes.

Porque o PSTU cometeu este ato covarde?

Em sua ridícula nota “sobre os acontecimentos na UERJ” o PSTU diz que o MEPR “teria impedido pela violência a participação de dois militantes” em uma assembleia do dia 16 de abril, mesmo dia de suas covardes agressões.

Esclarecemos que nesse dia 16 de abril ocorrera uma Assembleia de estudantes no 9º andar para discutir a agenda de lutas contra a grave crise que enfrenta a universidade. Após perder posição política em dita Assembleia dois militantes do PSTU tentaram implodir a atividade aos gritos e provocações aos nossos companheiros, que defenderam suas posições, sem que qualquer agressão ocorresse.

Reafirmamos e reiteramos que em todos os episódios citados pelo PSTU, não foi cometida, ademais de debates e divergências políticas, nenhuma violência física contra seus militantes. Mais do que isso, desafiamos o PSTU a provar estas acusações fantasiosas contra nosso movimento.

Estas mentiras são apenas uma tentativa de justificar sua covardia injustificável de agredir com 50 pessoas 6 militantes que se reuniam pacificamente, agressão amplamente documentada, com testemunhas, fotos e boletins médicos.

Em sua Nota, o PSTU ainda tenta justificar sua covarde agressão requentando ridiculamente o episódio do “ataque” a sua sede no Rio de Janeiro em abril de 2014. Neste episódio o PSTU acusou sem apresentar qualquer prova, de que o MEPR era responsável por tal ataque, que resultou em um vidro quebrado. Realmente deveríamos relembrar algo sobre este episódio.

Muito mais grave do que a falaciosa tentativa de atacar politicamente o MEPR, atribuindo a nossa organização o ataque a sua insignificante sede, foi o fato pouco noticiado, de que o PSTU realizou uma queixa na polícia civil, contra o MEPR e a FIP! Queixa de crime esta, que compôs uma das peças do inquérito que resultou na perseguição e prisão de 23 ativistas no Rio de Janeiro, se convertendo oficialmente em um dos acusadores do processo de perseguição política.

Para coroar seu papel vergonhoso, e expor esta corrente ainda mais ao ridículo, a própria DRCI (delegacia de repressão a crimes de informática, responsável pelo inquérito e atual DOPS do Rio de Janeiro) recusou a denúncia do PSTU no processo de acusação contra os ativistas por absoluta falta de provas e quaisquer indícios.

O PSTU, na mesma nota chega a lamentável argumentação, choramingar que ouvem desde 2013 chamarem sua sigla de ‘P2TU’ (em uma referência ao papel que cumprem de auxiliares da polícia).

Todos sabem, que esta denominação (justa, diga-se de passagem) para seu partido, bem como o bordão tão repetido em todos os atos em que o PSTU teve “coragem de aparecer” em 2013 (rimando com a última letra de sua sigla), não são criações do MEPR, senão que livre criação das massas em luta (as massas reais, que estavam nas ruas e não aquelas imaginárias “socialistas” e obedientes a sua direção que fantasiam).

Tais tentativas de criar teorias conspiratórias e atribuir todo rechaço a sua corrente como sendo obra do MEPR além de superestimar nossas modestas e aguerridas forças, serve somente para tentar enganar sua militância recente particularmente da juventude, ante a desmoralização de seu partido e sua direção.

Seriam também, todos militantes do MEPR, os autores das mais de 200 mensagens de repúdio ao PSTU e de apoio a FIP e ao MEPR que lotaram a página da FIP e a própria página do PSTU-RJ, fazendo com que passassem desesperadamente a apagar comentários em seu perfil em apenas 24 horas?

Quem tem medo do MEPR e da FIP?

Este ataque a nossa corrente e a FIP, é nada mais do que um ataque desesperado ante a grave crise que vive o PSTU particularmente desde 2013 quando foi enxotado pelos manifestantes das ruas, desmoralizados ante as massas e seus próprios militantes.

E sua nota, o PSTU acusa o MEPR de ser uma corrente ‘sectária’, que se considera os “únicos revolucionários”. Curiosamente o MEPR é um dos fundadores e participantes da Frente Independente Popular, uma frente classista, combativa e independente, composta por nada menos que duas dezenas de organizações e que se conformou como um polo de lutas combativas, que se manteve mesmo sob ataques por causa de todas as bandeiras das jornadas de lutas de junho de 2013 levantadas, movendo as grandes campanhas “Fora Cabral e a farsa eleitoral!”, “Não vai ter Copa!”, e “Não vote! Lute pela revolução!” a última gerando graves prejuízos aos interesses eleitoreiros do PSTU, uma vez que o Rio de Janeiro registrou uma das maiores taxas de boicote do país. Nós perguntamos, onde estava o PSTU durante a Copa do Mundo? Onde estava o PSTU quando as prisões e perseguições políticas se abateram sobre o movimento popular?

Enquanto seu partido repudiado nas ruas, enrolava envergonhadamente suas bandeiras passando a chamar os manifestantes do povo de “direita”, pelos simples fato de terem repudiado seu oportunismo, os militantes e ativistas do MEPR estavam ombro a ombro com as massas, enfrentando a brutal repressão encimados por nossas gloriosas e combativas bandeiras vermelhas.

O MEPR, juntamente com a FIP e as organizações que a compõe tem sido um dos principais alvos das perseguições políticas do governo Pezão/Cabral – Dilma/Lula em função de sua atuação combativa nas jornadas de junho de 2013 e na campanha “Não Vai ter Copa” de 2014. Nosso companheiro, Igor Mendes, está preso há mais de 5 meses em Bangu, onde resiste bravamente.

O único “crime” do MEPR, foi ter sido um dos fundadores de uma frente anti eleitoreira, classista e combativa, que escolheu o caminho da luta e não o da conciliação contra todos os governos de turno e oportunistas do movimento popular.

Hoje quando os direitos dos trabalhadores estão sendo vilmente atacados, pelo governo, e quando uma sombria onda repressiva se abate contra o movimento popular combativo, o PSTU com uma das mãos implora por unidade com a central governista CUT, e com outra mão ataca militantes e organizações classistas e combativas, funcionando como tropa de choque do governo. Este gravíssimo acontecimento revela o papel de verdadeira polícia política deste partido social fascista, que necessita ser repudiado por todo o movimento popular, ativistas independentes e democratas.

Isto alias, não é novidade, tem sido parte inseparável da história desta organização eleitoreira, cuja única razão de existir é a disputa fracassada por lugares rendosos no parlamento para participar de toda podridão que é este estado burguês latifundiário serviçal do imperialismo. Para se cacifar a isto vale tudo, desde o controle de sindicatos e entidades estudantis para manipular os interesses das massas, ao autopromovido papel de polícia política, quando desde 2013 passaram abertamente a fazer coro com a polícia e o governo Dilma/Pezão, contra a violência das massas nos protestos.

Reiteramos que conforme confesso na própria nota do PSTU-RJ, esta agressão é resultado de uma decisão deliberada do PSTU contra o MEPR e a FIP-RJ. Por isso, responsabilizamos não apenas cada um dos agressores diretos, mas principalmente a direção regional e nacional deste partido por estes crimes. Aproveitamos para afirmar que, diferentemente do PSTU, não registramos e não registraremos queixa policial contra os agressores. Lutamos total e radicalmente contra toda esta velha ordem e a única e verdadeira justiça em que confiamos é a justiça das massas populares.

Portanto nosso ajuste de contas com essa corrente trotskista social fascista, esta sendo preparada como parte do ajuste de contas histórico de todo nosso povo contra seus inimigos e traidores, e virá mais cedo do que tarde. Que fique claro que isto não é uma ameaça, mas somente um aviso.

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Posição da OCCI-Rural / RECC-FOB sobre o caso de agressão na UERJ.

A Oposição Classista, Combativa e Independente ao DCE-UFRRJ afiliada à RECC/FOB ao tomar conhecimento das acusações por parte dos companheiros da FIP em relação ao PSTU, demonstra solidariedade aos companheiros que foram agredidos de forma covarde nas instalações da UERJ Maracanã, no último dia 16 de abril de 2015.
Gostariamos de ressaltar que a luta política há de ser feita através do debate amplo e com participação das bases e não com práticas de ganguismo. Isso só enfraquece a luta popular! As notas de esclarecimento do PSTU só confirmam a agressão e tentam justificar o injustificável. As desavenças de assembleia e possíveis ataques machistas, não comprovados, devem ser resolvido de maneira honesta e não covarde, inclusive com agressões a uma jovem militante. Sabemos que esses grupos, como o PSTU, tem se utilizados de calúnias para combater divergências.
Reiteiramos nossa posição de defender a luta classista e combativa que rompa com os métodos do pacifismo e do reformismo e por isso nos colocamos lado a lado aos companheiros e companheiras que nunca faltaram nas trincheiras da luta de classes. Devemos lembrar que esse mesmo partido esteve ao lado das burocracias sindicais no dia 11 de julho de 2013 e nada disse sobre as agressões dos bate paus das centrais contra militantes combativos, anarquistas, marxistas revolucionários e black blocs. Sem contar o papel nefasto da falsa denúncia na Polícia da invasão da sede do partido no RJ por membros da FIP e a constante criminalização que realiza em seus materiais contra a tática black blocs e a ação direta.
Atitudes assim só servem para criminalizar e trazer o foco para companheiros que desde o ano passado sofrem perseguição do Estado e que hoje lutam pela sua liberdade!
Toda solidariedade aos Companheiros e Companheiras da FIP e MEPR!
Abaixo a Prática do Ganguismo.
Viva a Luta Classista e Combativa!
Liberdade para Igor Mendes e todos os Presos Políticos.

Que sua força inspire à todxs nós!

CARTA DO PRESO POLÍTICO IGOR MENDES DIRETAMENTE DA PRISÃO
Que sua força inspire à tod@s nós!

Via Jornal A Nova Democracia

*Carta escrita na prisão pelo ativista Igor Mendes e recebida na redação do jornal A Nova Democracia através de um colaborador. A redação de AND transcreveu o texto e o compartilha agora com seus leitores e leitoras.
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07/2/2015 – 66º dia de detenção
À CAMPANHA PELA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS;
AO POVO BRASILEIRO:
– Da Penitenciária Bandeira Stampa (Bangu 9)

Resistir é preciso!

Quando esta carta chegar às suas mãos já terei completado 70 dias de prisão no complexo Penitenciário de Gericinó. O processo que resultou na minha prisão tem um claro cunho ideológico-político e fere, na verdade, centralmente, o direito de livre expressão e manifestação em tese assegurada ao nosso povo.

Sou acusado de compor uma “quadrilha” cujas supostas ações criminosas não ocorreram jamais. Durante as audiência foi perguntado, insistentemente, por nossa defesa, brilhantemente conduzida pelo Dr. (e companheiro) Marino D’Icarahy: qual ato criminoso, afinal, essa “quadrilha” praticou? Qual incêndio? Qual dano? Qual atentado? O “crime” que cometemos, na verdade, foi o de criar uma frente política combativa, antieleitoral, a Frente Independente Popular (FIP), que manteve sempre erguida a bandeira do protesto popular, mesmo no período de intensa repressão durante a Copa da Fifa. Nosso “crime”, como inclusive conta dos autos, foi a disposição em “desestabilizar” os diferentes governos. Claro, o nosso povo não tem nenhuma razão para protestar e se o faz só pode ser pela ação de insidiosos elementos infiltrados… Essa lógica é tão tacanha quanto mentirosa.

Se as grandes manifestações populares terminaram, todas, nos quatro cantos do país, em confrontos com as forças policiais, isso apenas ocorreu porque a única resposta prontamente adotada pelo Estado brasileiro foi a intensificação da repressão. A polícia do Rio chegou ao ponto de disparar tiros de fuzil afim de dispersar a multidão, no dia 17/6/2013, quando mais de cem mil pessoas marchavam ao redor da Assembleia Legislativa. Na final da Copa do Mundo, um dia após termos nossa prisão decretada por supostamente prepararmos atos de “extrema violência”, o que se viu foi a extrema violência da Polícia Militar cercando a praça pública e sitiando milhares de pessoas num anel de bombas e ferro, chocando a opinião pública do mundo inteiro.

O que se criminaliza no nosso processo não são fatos, e sim as posições políticas sustentadas pela FIP e organizações que a compõem, principalmente o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e a Organização anarquista Terra e Liberdade (OATL). O conceito de “inimigo do Estado”, um dos cernes da famigerada doutrina de segurança nacional dos regimes militares latino-americanos, parece ter sido assim perigosamente resuscitado. Chegado a este ponto para classificar militantes como terroristas não falta mais que um passo. Daí toda importância que a batalha em torno do nosso processo encerra.

Com todo repressão as manifestações seguem e seguirão, porque têm raízes mais profundas. A crise econômica e política está aí e se reflete na tragédia social que assistimos diariamente. O gigante do consumo revelou ter pés de barro; a tal sexta economia do mundo está às voltas com a falta de água e luz para sua população. Não há saneamento básico na maior parte do país e os trabalhadores sofrem com os péssimos serviços públicos, como saúde e transporte. A mesma Dilma que mentiu para o mundo ao declarar, na assembleia geral da ONU, que seu governo não reprimia os protestos, mentiu para os brasileiros durante a campanha eleitoral dizendo que não haveria pacotão de impostos e cortes de direitos trabalhistas.

Nesse contexto de crise não podemos subestimar o crescimento do fascismo e é dever de todos os autênticos democratas e pessoas honestas aumentar a vigilância antes que seja tarde. A história puniu sempre severamente os que transigiram com o arbítrio. Não deixa de ser sintomático que um alto oficial da PM, comandante da tropa diretamente encarregado da repressão aos protestos, tenha-se declarado nazista. a ação da polícia de Pezão e Beltrame nas favelas e bairros pobres do Rio de Janeiro, aliás, acumulando milhares de execuções sumárias nos últimos anos, guarda não poucas semelhanças com a “solução final” de Hitler.
Em decorrência desse processo espúrio contra nós movido tivemos na prática os direitos políticos cassados, ao sermos impedidos de participar de manifestações e debates públicos. Sim, fomos também impedidos de expor nossas idéias uma vez que outra restrição imposta, qual seja, a de não nos ausentarmos da comarca sem autorização judicial, foi amplamente utilizada para vetar nossa participação em eventos acadêmicos e políticos, a maior parte deles a convite de universidades públicas e entidades idôneas, com passagens de ida e volta devidamente compradas.

Essas medidas cautelares ferem seriamente o princípio de presunção de inocência e configuram uma punição antecipada, além de escancarar o caráter político desse processo. Creio que todos nós, eu inclusive, devemos fazer uma autocrítica por não termos denunciado com a devida energia essas medidas de exceção. Aceitamos com certa passividade que uma espada fosse mantida sobre as nossas cabeças e, no momento oportuno, não por coincidência somente após as eleições novas prisões arbitrárias foram decretadas.

Curioso é que, em nome de uma suposta rigorosa defesa da ordem e das instituições, fui enviado no dia 3/12/2014 para o lugar onde os preceitos do Estado de Direito são mais ampla, ostensiva e sistematicamente violados: o sistema penitenciário. Aqui o tratamento cruel, desumano e degradante dispensado aos presos é a mais absoluta regra e, ainda que em pouco tempo, já vi e vivi todo tipo de arbitrariedade. É triste que a mesma energia e celeridade demonstradas pelo poder judiciário quando se trata de prender não se verifique quando se trata de fiscalizar e coibir a sucessão de violações que ocorrem aqui dentro.

Companheiros (as):
Sigo, como sempre, firme e convicto quanto à justeza da nossa causa. Somos os presos políticos das históricas jornadas de junho e temos que nos portar a altura da juventude combatente e dos trabalhadores da cidade e do campo que elevam cada vez mais rapidamente sua consciência política e seu nível de organização.

Enganam-se os que pensam que poderão, com prisões e perseguições, sufocar nossa luta. Os povos, ao longo da história e em todos os países, sempre lutaram e o povo brasileiro levantar-se-á em ondas cada vez maiores para cobrar o que é seu por direito. Trata-se de uma necessidade história, irreversível, independente da vontade de quem quer que seja.

Não é fácil dormir e acordar sob a guarda do inimigo de classe, mas a presença e o trabalho de vocês ultrapassam os muros e as grades, e nunca me sinto sozinho. Encontrei sempre nos demais presos solidariedade, interesse e bastante respeito pela nossa luta. Em não poucos encontrei mesmo admiração. Eles me pediram que, saindo daqui, use a força do nosso movimento para contar à sociedade as agruras do cárcere. Pretendo cumprir a promessa que lhes fiz.

Novamente muito obrigado a todos. Aos companheiros democratas e revolucionários de outros países, que têm manifestado sua solidariedade com mobilização de nosso povo, calorosas e fraternas saudações internacionalistas!

Mantenhamos erguidos com vigor as nossas cabeças e as nossas bandeiras, bem como nossos punhos cerrados, símbolo sagrado e universal de resistência. Caio Silva, Fabio Raposo e eu estamos separados dentro da penitenciária, mas eles também estão firmes e buscamos apoiar uns aos outros dentro das possibilidades.

Não há o que temer! Por mais difícil e prolongada que seja a luta, o povo está condenado à vitória. Sigamos em frente, sem concessões e sem conciliações quanto aos nossos princípios.

Rebelar-se é Justo!
Lutar não é crime!
Fascistas não passarão!

Nota do MEPR sobre os presos políticos e um mês da prisão de Igor Mendes

http://mepr.org.br/noticias/movimento-estudantil/933-prisoes-politicas-repressao-policial-e-demagogia-anticorrupcao-no-brasil.html, publicada em 8/1/15.

No dia 03 de janeiro completou-se um mês da prisão de Igor Mendes, ativista do Movimento Estudantil Popular Revolucionário – MEPR e da Frente Independente Popular do Rio de Janeiro – FIP/RJ. Igor Mendes foi preso pela sua participação em protestos populares contra a farra da Fifa e é um dos vinte e três ativistas perseguidos políticos na cidade do Rio de Janeiro, acusados de formação de quadrilha armada por exercerem seu direito à livre expressão e manifestação. Igor Mendes e os demais ativistas são perseguidos e presos políticos dos gerenciamentos de Cabral/Pezão/Paes (PMDB) e Dilma Rousseff (PT). Recentemente, documentos divulgados pelos monopólios dos meios de comunicação expõem a existência de milhares de mensagens trocadas entre oficiais da PM num grupo que se comunicava via WhatsApp entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, nas mensagens a pratica de agressão física aos manifestantes é assumida e defendida. O então tenen­te­-coronel Fábio Almeida de Souza, que comandava a repressão policial as manifestações durante as jornadas de luta de junho/julho de 2013 no Rio de Janeiro, é o autor de inúmeras destas mensagens, muitas das quais fazendo apologia ao nazismo. Fábio Almeida foi punido? Pelo contrário. Foi promovido “por merecimento” no último dia 25 de dezembro ao posto de coronel, o maior da Polícia Militar.

No campo, a frente oportunista eleitoreira de Dilma Rousseff (PT/PMDB/pecedobê/PSB) aplica uma política repressiva ainda mais feroz contra a luta pela terra, particularmente contra o movimento camponês combativo em luta pela Revolução Agrária. Não podendo deter a persistente luta pela terra o gerenciamento oportunista coordena a mais cruenta repressão através de criminosas reintegrações de posse, sequestros, torturas, assassinatos e prisões no objetivo de manter intocado o latifúndio e impunes os latifundiários. Em outubro do ano passado o coordenador político da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia, Cleomar Rodrigues de Almeida, foi assassinado por pistoleiros a mando do latifúndio. Os mandantes do crime estão livres e seus nomes sequer constam na investigação policial.

Rafael Braga foi detido no dia 20 de junho de 2013 durante uma gigantesca manifestação popular na cidade do Rio de Janeiro por portar uma garrafa de desinfetante e outra de água sanitária, estes materiais foram considerados como artefatos explosivos pelo Ministério Público e o podre judiciário, mesmo após perícia comprovar o contrário. Rafael Braga pobre e negro é o primeiro preso político condenado no país. O jovem foi condenado a cinco anos de prisão em regime fechado e, em junho deste ano, conquistou o direito de cumprir a pena em regime semiaberto. Quanto aos verdadeiros bandidos, os engravatados no parlamento burguês, assistimos a mais um capítulo da novela genericamente denominada de “Escândalos de Corrupção” com as denúncias de roubo na Petrobras, empresa saqueada governo após governo, desmembrada pelos militares e vendida em parte por FHC (PSDB). E não é de se estranhar que, mais uma vez, o PT figure entre os protagonistas da trama, já que a empresa teve suas reservas dilapidadas em leilões por Luiz Inácio/Rousseff (PT). O povo já está enjoado de toda esta patifaria e todos sabem que não dará em nada este circo de verdadeiro escarnio com o sofrimento do povo. No final das contas, o “escândalo de corrupção” na Petrobras torna a empresa ainda mais vulnerável a sanha dos banqueiros e monopólios estrangeiros do setor que visam se apossar deste valioso patrimônio.

Caio Silva e Fábio Raposo estão presos desde fevereiro do ano passado quando foram considerados culpados pelo podre judiciário e linchados publicamente pelo monopólio da imprensa como responsáveis pela morte do cinegrafista Santiago de Andrade, atingido por um fogo de artifício durante repressão policial a uma manifestação popular na cidade do Rio de Janeiro. Um acontecimento corriqueiro passou quase desapercebido pelos jornais e noticiários. Durante a festa de réveillon deste ano, duas mulheres e duas crianças foram atingidas por fogos de artifícios na sacada do prédio onde moram, em Foz do Iguaçu, Paraná. Algum âncora destes jornais policialescos sensacionalistas ou algum bacharel em direito foi à televisão cobrar a investigação de quem teria acendido o foguete? Claro que não! Pois é evidente que se trata de um acidente como ocorrem aos milhares com estes materiais pelo país, particularmente durante o réveillon e as festas juninas. Mas, insuflada pela Rede Globo, a Promotoria Pública do Rio de Janeiro pediu a prisão de Caio Silva e Fábio Raposo, acusados de homicídio por terem acendido durante uma manifestação um artefato semelhante ao que ocasionou o acidente em Foz do Iguaçu. Os jovens são acusados de homicídio triplamente qualificado, incluindo motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivo. Se forem condenados pela acusação de homicídio, Fábio e Caio têm pena prevista que pode passar de trinta anos de prisão.

O farsante processo eleitoral do ano passado passou ao largo sobre estas questões relativas ao direito à livre manifestação e expressão, hipocritamente defendidos como pilares desta democracia de fancaria do velho Estado brasileiro. Justamente porque quanto à necessidade de reprimir as legítimas manifestações populares não há divergências de fundo entre todas as frações e grupos de poder do Partido Único das classes dominantes. Mas a repressão fascista não poderá deter o aumento do protesto popular frente ao inevitável agravamento da crise econômica, política e social do capitalismo burocrático no país. Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público que se alastram por todo o país demonstram que os mesmos problemas que levaram a juventude combatente às ruas durante as jornadas de luta de junho/julho de 2013 seguem vigentes. Na cidade do Rio de Janeiro, a última manifestação contra o aumento das passagens reuniu mais de mil pessoas. Protestos ocorreram e muitos outros estão sendo preparados em dezenas de cidades por todo o país como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. A luta da juventude combatente pelo passe-livre e em defesa do ensino público, os fechamentos de rodovias pelas periferias das grandes cidades, as persistentes tomadas de terras pelo movimento camponês combativo, as greves nos canteiros de obras e fábricas somados ao retumbante boicote eleitoral do último ano são chispas que incendiarão toda a pradaria! Indiferente ao esquálido discurso de posse de Dilma Rousseff e seu cortejo fúnebre acompanhado por meia dúzia de petistas a soldo do governo na Esplanada no dia primeiro de janeiro, o povo seguirá erguendo cada vez mais alto suas bandeiras vermelhas de combate e resistência!

 

O povo prepara sua a rebelião! Se abre um novo tempo para a Revolução!

 

Liberdade imediata para Igor Mendes, Caio Silva, Fábio Raposo e Rafael Braga!

 

Pela extinção imediata de todos os processos!

 

Rebelar-se é justo!

Movimento Estudantil Popular Revolucionário – Brasil

Nota do MEPR em espanhol, sobre as perseguições e prisões dos lutadores do povo

¡LOS FASCISTAS NO PASARÁN !

LA JUVENTUD COMBATIENTE DESENMASCARA EL CARACTER POLÍTICO DE LOS ENCARCELAMIENTOS Y PROCESOS EN RIO DE JANEIRO

Gritando «¡No Pasarán!», esposados, con los puños en alto, Igor Mendes, Caio Silva y Fábio Raposo entraron, el pasado 16 de diciembre, en la sala donde se realizaba la audiencia de criminalización de los 23 activistas de las manifestaciones contra la Copa de la Fifa en Rio de Janeiro. Los activistas fueron saludados por los demas «reos» con la misma consigna. Pocas horas antes, las solicitudes de Habeas Corpus en favor del preso político Igor Mendes da Silva, activista del Movimiento Estudiantil Popular Revolucionario (MEPR) y del Frente Independiente Popular – Rio de Janeiro y de las perseguidas políticas Elisa Quadros Pinto, Sininho, y Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, habían sido denegadas por el Colegiado del Tribunal de Justicia de Rio de Janeiro.
Reafirmando su condición de presos y perseguidos políticos del viejo Estado administrado por Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando Pezão (PMDB) y Eduardo Paes (PMDB), la juventud combatiente presente en esta farsa de audiencia dio una prueba más de combatividad y dignidad, desmoralizando al juez fascista Flávio Itabaiana y a la podrida magistratura de Rio de Janeiro. Itabaiana, desesperado, lleno de miedo y odio afirmó gritando: “¡Esto no es la calle, quien manda soy yo!”. Y, en una clara demostración más del carácter político persecutorio del proceso judicial contra manifestantes y activistas, el juez fascista “mandó” que los abogados y familiares de los reos se retirasen, quedando solamente los vehículos del monopolio de prensa como la Red Globo. Fuera de la audiencia, decenas de personas realizaban una combativa manifestación por la liberación de los presos políticos y la anulación de los procesos, alzando las banderas rojas de lucha tan temidas por los reaccionarios togados.
Todo el proceso judicial contra los activistas participantes de las manifestaciones contra la Copa de la Fifa en Rio de Janeiro tienen un claro carácter de persecución política y es evidente la articulación entre la judicatura, las administraciones de Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando Pezão (PMDB) y Eduardo Paes (PMDB) y el monopolio de prensa, teniendo a su cabeza la Red Globo, con el objetivo de criminalizar a la juventud combatiente protagonista de las manifestaciones populares contra la juerga de la Fifa, en defensa de la enseñanza, la salud y el transporte públicos y contra la ocupación militar de las comunidades pobres de la capital fluminense por las Unidades de Policías Pacificadoras (UPPs) y del Ejército. Entre los principales testimonios de acusación están las delegadas de la Policía Civil Renata Araújo y Marcela Ortiz y un agente de la Fuerza Nacional de Seguridad que actuaba como agente infiltrado en las manifestaciones populares sin autorización judicial.
Caio Silva y Fábio Raposo son objeto de linchamiento público a través de una campaña difamatoria urdida por el monopolio de prensa a partir del trágico accidente que resultó en la muerte de cinegrafista Santiago Andrade, funcionario de la Red Bandeirantes de Televisión, durante una manifestación popular en la ciudad de Rio de Janeiro, en febrero de 2014. Todo el proceso judicial que resultó en la prisión de Caio Silva y Fábio Raposo está basado en pruebas confeccionadas por la policía y mentiras repetidas exhaustivamente como verdades por el monopolio de la prensa. Rafael Braga fue preso y condenado por portar materiales de limpieza absurdamente calificados como artefactos explosivos. Igor Mendes da Silva, Elisa Quadros Pinto, Sininho, y Karlayne Moraes da Silva Pinheiro tuvieron mandatos de prisión emitidos por su participación en un evento cultural por la celebración del Día del Profesor en Cinelandia, lo que fue considerado por el juez Itabaiana como la quiebra de las medidas restrictivas impuestas por la judicatura.
Como ocurrió repetidas veces en la historia política de nuestro país, la prisión de los activistas fue la señal para que se tramase una pantomima más con la participación de policías, jueces y de la prensa venal, en una verdadera campaña de “caza de brujas” contra demócratas y revolucionarios: rostros de activistas son exhibidos por la televisión en horario de mayor audiencia, siéndoles imputados actos jamás comprobados; investigaciones policiales, grabaciones de escuchas telefónicas y otras pruebas alegadas que supuestamente estaban bajo “secreto judicial” y a las cuales a los abogados de los presos políticos se les negó el acceso, fueron divulgados en “exclusiva” por los periódicos de la Red Globo; especulan desde los hábitos y las relaciones afectivas hasta la “inclinación ideológica” de los jóvenes activistas, llamados genéricamente “black bloc´s “.
La criminalización de los manifestantes y activistas en Rio de Janeiro cuando se apagan las luces del circo electoral es la señal de la administración de turno del viejo Estado sobre como serán tratadas todas y cada una de las auténticas luchas populares de ahora en adelante, frente al inevitable agravamiento de la crisis económica, política y social del capitalismo burocrático en el país. Dilma Roussef (PT) se empeña en unir a todos los grupos del poder y fracciones del Partido Unico de las clases dominantes en una verdadera cruzada represiva para garantizar los escondidos intereses de la gran burguesía, del latifundio y del imperialismo, principalmente yanqui, debidamente representados en el alto escalón de su Gobierno por la archirreaccionaria ruralista Kátia Abreu en el Ministerio de Agricultura y el banquero Joaquim Levy do Bradesco/FMI en el Ministerio de Hacienda.
En el campo, el frente oportunista electoral de Dilma Rousseff (PT/PMDB,PCdoB/PSB) aplica una política represiva aún más feroz contra la lucha por la tierra, particularmente, contra el movimiento campesino combativo en lucha por la Revolución Agraria. No pudiendo detener la persistente lucha por la tierra por medio de la actuación de sus “movimientos sociales” domesticados, la gerencia oportunista coordina la más cruenta represión a través de secuestros, torturas, asesinatos y prisiones con el objetivo de mantener intocado el latifundio e impunes a los latifundistas. Solamente en el estado de Rondônia son, al menos, 20 campesinos presos políticos de la lucha por la tierra. Además de la masacre perpetrada contra los pueblos indígenas, objetivo de los ataques constantes de la Fuerza Nacional de Seguridad, Policía Federal y el Ejército Brasileño.
Pero están muy engañados si piensan poder contener el avance de la lucha popular por medio de la represión policial y las prisiones políticas. ¡El mayor boicot electoral de la historia del país expresa el aumento de la conciencia política de nuestro pueblo y la creciente fascistización del viejo Estado sólo hace reforzar la comprensión por parte de parcelas cada vez más amplias de la ciudad y del campo sobre la necesidad y la justeza del camino de la rebelión contra toda este orden podrido y caduco!

¡Libertad inmediata para Caio Silva, Rafael Braga y Fábio Raposo!
¡Libertad inmediata para Igor Mendes y todos los presos políticos de la ciudad y del campo!
¡ES JUSTO REBELARSE!
Movimiento Estudiantil Popular Revolucionario (MEPR)

(Tradução publicada em 23/12/14 da nota do MEPR de 19/12/14, https://granmarchahaciaelcomunismo.wordpress.com/2014/12/23/mepr-brasil-los-fascistas-no-pasaran-la-juventud-combatiente-desenmascara-el-caracter-politico-de-los-encarcelamientos-y-procesos-politicos-en-rio-de-janeiro/)