Informe sobre as prisões durante o ATO CONTRA A COMEMORAÇÃO DOS 51 ANOS DO GOLPE MILITAR

Magioli, Yoran, Gustavo e Antonio foram agredidos e levados detidos pela repressão policial na manifestação pela punição aos ttorturadores do regime militar.

Como consequência dessa arbitrariedade, Gustavo teve um corte na sua cabeça e sua mochila roubada pelos PMs. Os quatro manifestantes estão sendo acusados de terem jogado objetos nos policias, sendo enquadrados na tipificação penal de “vias de fato”, que é de competência do JECRIM, por ser de menor potencial ofensivo. Quanto a essa acusação, eles só falarão em juízo.

No entanto, registramos também a ocorrência do abuso de autoridade a qual eles foram submetidos, o roubo da mochila do Gustavo e, ainda, a injúria feita por um PM já dentro da delegacia.
Foi notório o desconforto do delegado por ter que fazer esse registro e o trabalho que os PMs tiveram para elaborar suas falácias.

A audiência de conciliação no 1o JECRIM já foi designada para 29/09/2015, às13:50.

Não passarão!

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RJ: JOVEM É PRESO DE FORMA COVARDE DURANTE ATO CONTRA A COMEMORAÇÃO DOS 51 ANOS DO GOLPE MILITAR

Por RAFAEL GOMES PENELAS / A Nova Democracia

Nesta última quarta-feira, 1º de abril, nossa reportagem registrou o momento em que um jovem foi preso de forma arbitrária e violenta pela PM durante o ato contra a comemoração dos 51 anos do golpe militar realizado no Centro do Rio.

A juventude combatente não se intimidou perante a brutalidade policial e um grupo de ativistas lançou garrafas com tinta vermelha na fachada do Clube Militar, simbolizando o sangue dos jovens tombados na luta contra o fascismo.

Como já noticiamos anteriormente, além deste que aparece no vídeo, outros 3 jovens foram presos. Eles foram encaminhados à 17ª DP, em São Cristóvão, e liberados por volta das 3h da madrugada.

 

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Nota do CEBRASPO (https://www.facebook.com/491826654234077/photos/a.492253130858096.1073741827.491826654234077/785758408174232/?type=1):

No dia em que se completam os 51 anos de golpe militar no Brasil, a juventude combatente do Rio de Janeiro saiu às ruas para exigir a punição de todos os torturadores e mandantes de torturas, assassinatos e violações praticados durante o regime militar.

Quando foram arremessadas garrafas com tinta vermelha na sede do Clube Militar a polícia tentou dispersar o ato com cacetadas. Quatro jovens foram detidos: Matheus Magioli, Antonio Lucas Furtado, Gustavo Uchoa e Yoran Barbosa.
Alguns ativistas se concentram na porta da 17ª DP (São Cristóvão) para garantir a liberação dos manifestantes.
Alguns manifestantes foram feridos por policiais.

 

Nota de Repúdio à intervenção militar na Maré e pelo direito à livre manifestação!

Nota de Repúdio à intervenção militar na Maré e pelo direito à livre manifestação!

A Frente Independente Popular do Rio de Janeiro (FIP-RJ) vem saudar a justa manifestação e revolta dos moradores do Complexo da Maré. Repudiamos a intervenção militar na Maré e a repressão promovida pelos governos Dilma e Pezão contra o povo pobre e negro, através das UPP’s e das Forças Armadas.

No dia 23/02, os moradores da Maré saíram às ruas em defesa da vida e em repúdio à violência exercida pelas tropas militares, denunciando a violência que sofrem diariamente.

Iniciada em abril de 2014, a intervenção militar na Maré promove uma política de extermínio contra o povo, além de toda forma de abusos e restrições de direitos.

Para tentar conter a JUSTA REVOLTA do povo, as tropas militares do Estado brasileiro reprimiram covardemente os manifestantes. Durante o protesto, policiais e soldados do Exército usaram bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha e, inclusive, munições letais. Tiros de pistola e fuzis foram disparados na direção dos manifestantes.

A violenta repressão ocorrida na segunda-feira, dia 23/02, deixa claro que esses governos, que obrigam o povo a viver em péssimas condições de vida e de trabalho, sem saneamento básico, saúde e educação, também colocam o povo sob constante ameaça da polícia e do Exército. Tratam o povo como inimigo. Para completar toda essa política antidemocrática tentam proibir os moradores de protestar contra as chacinas de seus próprios familiares!

Mas, mesmo diante de toda repressão, os moradores agiram com ainda mais coragem, enfrentando as tropas militares do Estado! Exercendo seu legítimo direito de lutar, os moradores da Maré permaneceram nas ruas.

Frente a opressão e repressão exercida pelo Estado, resistir é um direito e cabe ao povo escolher seus métodos de luta. A FIP-RJ manifesta seu apoio e solidariedade aos moradores e moradoras da Maré que se ergueram em luta contra as injustiças sociais!

Viva a justa revolta dos moradores da Maré!

* A ‘nota-panfleto’ em anexo. Cerca de 2.000 já foram distribuídos.

Informes sobre a Manifestação ocorrida ontem no Complexo da Maré

A realidade dos moradores da Maré

Manifestação ocorrida ontem. Em favor da VIDA no Complexo da Maré. Contra a criminalização da pobreza e o genocídio do povo pobre e negro.

Mais uma vez a Polícia e o Exército transformaram um protesto legítimo, pelo direito à vida e contra os crimes cometidos pelo Estado, numa total praça de guerra. Ataques de bomba de gás lacrimogênio, que não paravam de cruzar o céu mareense, atingiram as casas dos moradores que, deseperados, precisaram socorrer seus filhos e filhas. Muitas bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e de arma de fogo foram disparados. As incessantes rajadas de pistolas e fuzis, por parte da Polícia e do Exército, demonstraram o teor de intimidação e covardia. É, de fato, um recado para que o povo pobre e negro não se manifeste, não proteste; que aceite “calado” as injustiças sociais diárias.

Felizmente, não funcionou. A manifestação seguiu firme diante de toda a intimidação. E quando o protesto pacífico foi reprimido com tiros de fuzil pelas “Forças de Pacificação” e bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio atiradas pela PM, moradores se revoltaram e revidaram; começaram a sair às ruas aos montes e a responder ao ataque da Tropa de Choque com pedras, garrafas e fogos de artifício.

A população das favelas e periferias do Rio de Janeiro vivem no que podemos chamar de “Apartheid democrático”, onde o “Estado Democrático de Direito” é, na verdade, uma Ditadura da Burguesia. Com suas leis burguesas impõem uma segregação social e racial.

A revolta do povo pobre e negro, dos explorados e oprimidos, e neste caso em especial, dos moradores do Complexo da Maré é mais do que justa. É necessária!

Viva a luta do povo!

Abaixo as fotos da Comissão de Comunicação da FIP-RJ:

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Informes do Coletivo MIC:

POLÍCIA E EXÉRCITO ATIRAM COM MUNIÇÃO LETAL CONTRA A POPULAÇÃO

Ato pela vida acaba violentamente em razão do forte ataque das Forças de Segurança, no caso, a Polícia Militar(Ostensiva e Choque) e o Exército, contra os manifestantes que clamavam por paz.

O Complexo da Maré, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, hoje é uma área ocupada pelo exército brasileiro. Muitas denúncias sobre abuso de autoridade tem sido apresentadas pela população local. A situação atualmente é grave e vários cidadãos se sentem ameaçados.

Ontem, dia 23, foi marcado um ato pela paz. Infelizmente tal manifestação se tornou uma praça de guerra. O Coletivo Mariachi e a MIC estiveram presentes, realizando uma reportagem que certamente mostra um ponto de vista diferente do que será visto na mídia corporativa.

Batalha campal no Complexo da Maré:

Imagens e texto do Jornal AND:

REBELIÃO POPULAR NO COMPLEXO DA MARÉ
Polícia dispara munição letal contra manifestantes

A equipe de reportagem de AND acaba de voltar do Complexo da Maré, onde moradores se levantaram com paus e pedras em uma ação sem precedentes contra as forças de pacificação na história da militarização de favelas no Rio de Janeiro. Depois de um protesto pacífico reprimido com tiros de fuzil pelas Forças de Pacificação e bombas de gás atiradas pela PM, moradores se revoltaram e revidaram com pedras e morteiros dos acessos às favelas Vila do João, Vila do Pinheiro e Baixa do Sapateiro.

A Tropa de Choque chegou ao local ainda às 20h, mas não foi capaz de conter a fúria das massas. Às 22h, fartos daquela ação covarde que deixou incontáveis moradores, feridos e intoxicados pelo gás, além das cotidianas ações do exército e da polícia na Maré, moradores surgiram dos becos em grupos enormes de centenas de pessoas e expulsaram um contingente de mais de 200 policiais de um longo trecho da Linha Amarela. A via que margeia o Complexo da Maré é uma das principais da cidade.

Mesmo vendo que não havia disparos de munição letal, policiais atiraram com pistolas e fuzis a esmo direto contra a multidão. Ao menos uma pessoa foi baleada e levada para a Unidade de Pronto Atendimento que existe próximo ao local. A ação é uma contundente resposta à presença das tropas de repressão do velho Estado, que somente nas últimas duas semanas, deixaram dois mortos e vários feridos em ações desastrosas nas favelas Salsa e Merengue e Vila do João.

Em duas ocasiões, veículos tripulados por moradores foram metralhados por soldados do exército sem absolutamente nenhum motivo. Tamanha a violência da polícia e das Forças de Pacificação, “uma faísca pode incendiar a pradaria”. Fiquem atentos, pois daqui a pouco publicaremos um vídeo com imagens exclusivas do confronto no Complexo da Maré.

Via MIC:

”PM TOCA TERROR NA MARÉ CONTRA O DIREITO DE LIVRE MANIFESTAÇÃO

Ontem (23/02), no protesto da comunidade mareense contra o estado de exceção representado pela ocupação militar da comunidade, pela vida e pelo direito de ir e vir, houve forte repressão da PM.

A polícia foi acusada, por diversos participantes da manifestação, de disparar tiros de arma letal contra os manifestantes que, de forma contundente, ocuparam as pistas da Av. Brasil e depois a Linha Amarela, e os acessos à Linha Vermelha, que só foram liberados após às 23h.

Noite adentro, horas após o fim do protesto, o terror de estado continuou dentro da comunidade. A PM usou a esmo, e em grande quantidade, bombas de gás lacrimogêneo, causando mal-estar em milhares, indistintamente, idosos e crianças entre eles.

“Já não havia protesto, mas a mensagem do terror policial era clara: é isso o que acontece quando vocês favelados ousam lutar contra o estado por seus direitos.”, afirmou uma moradora.

A manifestação foi organizada pelo movimento Maré Vive, de moradores da comunidade: “sem partido, sem ONG, sem facção, sem líder, é nós por nós”, afirmam na descrição do evento.

A manifestação foi organizada após casos recentes de pessoas da comunidade assassinadas pela PM e pelo exército, que em duas ocasiões diferentes, recentes, abriu fogo contra duas kombis que transportavam moradores, com vítimas mortas e feridos, entre outros casos graves de violência institucionalizada inclusive contra crianças. Ainda hoje um adolescente foi baleado na Vila do João.”

(Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos)

Que sua força inspire à todxs nós!

CARTA DO PRESO POLÍTICO IGOR MENDES DIRETAMENTE DA PRISÃO
Que sua força inspire à tod@s nós!

Via Jornal A Nova Democracia

*Carta escrita na prisão pelo ativista Igor Mendes e recebida na redação do jornal A Nova Democracia através de um colaborador. A redação de AND transcreveu o texto e o compartilha agora com seus leitores e leitoras.
________________
07/2/2015 – 66º dia de detenção
À CAMPANHA PELA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS;
AO POVO BRASILEIRO:
– Da Penitenciária Bandeira Stampa (Bangu 9)

Resistir é preciso!

Quando esta carta chegar às suas mãos já terei completado 70 dias de prisão no complexo Penitenciário de Gericinó. O processo que resultou na minha prisão tem um claro cunho ideológico-político e fere, na verdade, centralmente, o direito de livre expressão e manifestação em tese assegurada ao nosso povo.

Sou acusado de compor uma “quadrilha” cujas supostas ações criminosas não ocorreram jamais. Durante as audiência foi perguntado, insistentemente, por nossa defesa, brilhantemente conduzida pelo Dr. (e companheiro) Marino D’Icarahy: qual ato criminoso, afinal, essa “quadrilha” praticou? Qual incêndio? Qual dano? Qual atentado? O “crime” que cometemos, na verdade, foi o de criar uma frente política combativa, antieleitoral, a Frente Independente Popular (FIP), que manteve sempre erguida a bandeira do protesto popular, mesmo no período de intensa repressão durante a Copa da Fifa. Nosso “crime”, como inclusive conta dos autos, foi a disposição em “desestabilizar” os diferentes governos. Claro, o nosso povo não tem nenhuma razão para protestar e se o faz só pode ser pela ação de insidiosos elementos infiltrados… Essa lógica é tão tacanha quanto mentirosa.

Se as grandes manifestações populares terminaram, todas, nos quatro cantos do país, em confrontos com as forças policiais, isso apenas ocorreu porque a única resposta prontamente adotada pelo Estado brasileiro foi a intensificação da repressão. A polícia do Rio chegou ao ponto de disparar tiros de fuzil afim de dispersar a multidão, no dia 17/6/2013, quando mais de cem mil pessoas marchavam ao redor da Assembleia Legislativa. Na final da Copa do Mundo, um dia após termos nossa prisão decretada por supostamente prepararmos atos de “extrema violência”, o que se viu foi a extrema violência da Polícia Militar cercando a praça pública e sitiando milhares de pessoas num anel de bombas e ferro, chocando a opinião pública do mundo inteiro.

O que se criminaliza no nosso processo não são fatos, e sim as posições políticas sustentadas pela FIP e organizações que a compõem, principalmente o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e a Organização anarquista Terra e Liberdade (OATL). O conceito de “inimigo do Estado”, um dos cernes da famigerada doutrina de segurança nacional dos regimes militares latino-americanos, parece ter sido assim perigosamente resuscitado. Chegado a este ponto para classificar militantes como terroristas não falta mais que um passo. Daí toda importância que a batalha em torno do nosso processo encerra.

Com todo repressão as manifestações seguem e seguirão, porque têm raízes mais profundas. A crise econômica e política está aí e se reflete na tragédia social que assistimos diariamente. O gigante do consumo revelou ter pés de barro; a tal sexta economia do mundo está às voltas com a falta de água e luz para sua população. Não há saneamento básico na maior parte do país e os trabalhadores sofrem com os péssimos serviços públicos, como saúde e transporte. A mesma Dilma que mentiu para o mundo ao declarar, na assembleia geral da ONU, que seu governo não reprimia os protestos, mentiu para os brasileiros durante a campanha eleitoral dizendo que não haveria pacotão de impostos e cortes de direitos trabalhistas.

Nesse contexto de crise não podemos subestimar o crescimento do fascismo e é dever de todos os autênticos democratas e pessoas honestas aumentar a vigilância antes que seja tarde. A história puniu sempre severamente os que transigiram com o arbítrio. Não deixa de ser sintomático que um alto oficial da PM, comandante da tropa diretamente encarregado da repressão aos protestos, tenha-se declarado nazista. a ação da polícia de Pezão e Beltrame nas favelas e bairros pobres do Rio de Janeiro, aliás, acumulando milhares de execuções sumárias nos últimos anos, guarda não poucas semelhanças com a “solução final” de Hitler.
Em decorrência desse processo espúrio contra nós movido tivemos na prática os direitos políticos cassados, ao sermos impedidos de participar de manifestações e debates públicos. Sim, fomos também impedidos de expor nossas idéias uma vez que outra restrição imposta, qual seja, a de não nos ausentarmos da comarca sem autorização judicial, foi amplamente utilizada para vetar nossa participação em eventos acadêmicos e políticos, a maior parte deles a convite de universidades públicas e entidades idôneas, com passagens de ida e volta devidamente compradas.

Essas medidas cautelares ferem seriamente o princípio de presunção de inocência e configuram uma punição antecipada, além de escancarar o caráter político desse processo. Creio que todos nós, eu inclusive, devemos fazer uma autocrítica por não termos denunciado com a devida energia essas medidas de exceção. Aceitamos com certa passividade que uma espada fosse mantida sobre as nossas cabeças e, no momento oportuno, não por coincidência somente após as eleições novas prisões arbitrárias foram decretadas.

Curioso é que, em nome de uma suposta rigorosa defesa da ordem e das instituições, fui enviado no dia 3/12/2014 para o lugar onde os preceitos do Estado de Direito são mais ampla, ostensiva e sistematicamente violados: o sistema penitenciário. Aqui o tratamento cruel, desumano e degradante dispensado aos presos é a mais absoluta regra e, ainda que em pouco tempo, já vi e vivi todo tipo de arbitrariedade. É triste que a mesma energia e celeridade demonstradas pelo poder judiciário quando se trata de prender não se verifique quando se trata de fiscalizar e coibir a sucessão de violações que ocorrem aqui dentro.

Companheiros (as):
Sigo, como sempre, firme e convicto quanto à justeza da nossa causa. Somos os presos políticos das históricas jornadas de junho e temos que nos portar a altura da juventude combatente e dos trabalhadores da cidade e do campo que elevam cada vez mais rapidamente sua consciência política e seu nível de organização.

Enganam-se os que pensam que poderão, com prisões e perseguições, sufocar nossa luta. Os povos, ao longo da história e em todos os países, sempre lutaram e o povo brasileiro levantar-se-á em ondas cada vez maiores para cobrar o que é seu por direito. Trata-se de uma necessidade história, irreversível, independente da vontade de quem quer que seja.

Não é fácil dormir e acordar sob a guarda do inimigo de classe, mas a presença e o trabalho de vocês ultrapassam os muros e as grades, e nunca me sinto sozinho. Encontrei sempre nos demais presos solidariedade, interesse e bastante respeito pela nossa luta. Em não poucos encontrei mesmo admiração. Eles me pediram que, saindo daqui, use a força do nosso movimento para contar à sociedade as agruras do cárcere. Pretendo cumprir a promessa que lhes fiz.

Novamente muito obrigado a todos. Aos companheiros democratas e revolucionários de outros países, que têm manifestado sua solidariedade com mobilização de nosso povo, calorosas e fraternas saudações internacionalistas!

Mantenhamos erguidos com vigor as nossas cabeças e as nossas bandeiras, bem como nossos punhos cerrados, símbolo sagrado e universal de resistência. Caio Silva, Fabio Raposo e eu estamos separados dentro da penitenciária, mas eles também estão firmes e buscamos apoiar uns aos outros dentro das possibilidades.

Não há o que temer! Por mais difícil e prolongada que seja a luta, o povo está condenado à vitória. Sigamos em frente, sem concessões e sem conciliações quanto aos nossos princípios.

Rebelar-se é Justo!
Lutar não é crime!
Fascistas não passarão!

Militante anarquista é primeiro condenado das Jornadas de Junho em Porto Alegre

Com informações da página Jornalismo B:

http://jornalismob.com/2015/02/09/militante-anarquista-e-primeiro-condenado-das-jornadas-de-junho-em-porto-alegre/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Foi divulgada neste início de 2015 a primeira condenação judicial de um militante envolvido nos protestos contra o aumento das passagens em Porto Alegre. Vicente Mertz, integrante da Federação Anarquista Gaúcha (FAG), foi condenado a um ano e meio de prisão por dano ao patrimônio público e crime ambiental, pena que pode ser revertida em serviços comunitários. Vicente é um dos sete processados após um inquérito aberto no final de junho de 2013. Após a divulgação do inquérito em reportagem do Jornalismo B, Vicente havia o classificado como “uma montagem policial clássica”.

Tratando do protesto ocorrido em junho de 2013, na Praça da Matriz, o inquérito – que viria a transformar-se em processo – caracteriza Vicente como “um dos indivíduos de contumaz atividade de agitação de massas e uma das pessoas que efetivamente fazia frente na manifestação, inclusive jogava pedras contra a guarnição da Brigada Militar”. Ao Jornalismo B, na época, Vicente também garantiu não ter jogado pedras contra o Palácio da Justiça, do que foi acusado: “não tenho nenhuma relação com pedra nenhuma jogada no Palácio da Justiça. Eu, assim como outros membros mais ativos do Bloco, estava concentrado na parte de cima da Praça da Matriz, junto ao caminhão de som, em frente ao Palácio Piratini. Desconheço qualquer pedra jogada no Palácio da Justiça, inclusive fiquei sabendo disso no inquérito”, disse então.

O militante da FAG ainda acusou o inquérito de ter conteúdo puramente político: “o conteúdo político do inquérito está claro. As provas que a acusação afirma ter contra mim e os outros indiciados são fotos portando megafones ou bandeiras. Durante as intimações, todas as perguntas que faziam tinham este conteúdo ideológico, como ‘Você crê na violência como uma forma legitima de mudar a sociedade’ e outras perguntas do tipo. Ou seja, está claro que não estão acusando fatos concretos, e sim ideias”.

Federação Anarquista Gaúcha divulga nota

A FAG divulgou nota a respeito da condenação de Vicente. Leia abaixo, na íntegra:

Não se intimidar, não desmobilizar! Toda nossa solidariedade ao companheiro Vicente!

Janeiro de 2015, às vésperas da retomada das lutas contra o aumento das passagens e em defesa de um transporte 100% púbico em Porto Alegre, recebemos a notícia da sentença dada ao companheiro Vicente, militante da FAG e lutador social do Bloco de Luta pelo Transporte Público de Porto Alegre. Vicente está sendo condenado a um ano e meio de prisão por dano ao patrimônio público e crime ambiental, “crimes” que teria cometido em Abril de 2013 durante uma manifestação do Bloco de Luta em frente a Prefeitura de Porto Alegre. Trata-se da primeira condenação em Porto Alegre e para nós uma clara tentativa de intimidar e colocar medo no conjunto de lutadores e organizações que estão rearticulando as lutas nesse início de 2015. Um expediente político e histórico utilizado pelos setores dominantes de nossa cidade e de todo o mundo: o encarceramento dos que se levantam. Não nos desmobilizaremos e a nossa solidariedade será militante e nas ruas!!!

E a criminalização continua…

O fato de a condenação nos ter sido comunicada apenas uma semana antes do primeiro protesto do ano do Bloco de Lutas pelo Transporte Público é tudo menos uma obra do acaso ou de um processo regular do poder judiciário. Inicia-se o ano e ao mesmo tempo se começa a mexer nos processos que estavam tramitando desde 2013: adicionando nomes à alguns, novos crimes à outros. O processo neste contexto busca ter o mesmo efeito de uma bala de borracha ou de uma bomba de efeito moral: uma tentativa de intimidar e freiar as lutas nas ruas que ousam questionar os lucros dos empresários e os conchavos já evidente das empresas com os poderes públicos.

A situação está longe de ser apenas uma situação local: quem achou que a conjuntura de criminalização havia se esgotado em virtude do descenso das mobilizações de rua após a Copa do Mundo em 2014, a recente movimentação dos governos e dos aparelhos repressivos indicam o contrário. Em São Paulo, Rio de Janeiro e uma série de outras cidades no Brasil que iniciaram o ano com mobilizações contra o aumento das tarifas de ônibus a repressão tem usado dos mesmos expedientes contra os manifestantes: gás lacrimogênio, bala de borracha e detenções arbitrárias. O carioca Rafael Braga Vieira, que era até então o único condenado dos protestos de junho de 2013 continua preso e em Porto Alegre os processos voltam a ser movidos, novos nomes são inseridos e agora a primeira sentença é dada, sem prova alguma. É a velha justiça burguesa tomando lado em uma luta entre opressores e oprimidos que está longe de acabar.

Contudo, a luta e organização dos de baixo não começou hoje e também continuará. Mobilizam-se os jovens, os trabalhadores, os sem tetos e as comunidades de periferia. As mobilizações de rua de 2013 abriram novas possibilidades na gestação de experiências organizativas e de luta que o conjunto da esquerda combativa e anti capitalista precisa ajudar a fomentar e impulsionar, descartando as velhas práticas vanguardistas, sectárias e impositivas que infelizmente ainda permeiam discursos e práticas de muitas organizações. Acreditamos que só assim podemos criar força social que desde baixo vá gestando mecanismos de auto-organização e cravando em seu horizonte a necessidade de transformação social do conjunto da sociedade. Uma verdadeira frente de oprimidas e oprimidos solidária a todo e qualquer companheiro preso, torturado, assassinado e desaparecido.

2015: avançar em organização, cercar ainda mais de solidariedade @s que lutam!

A seletividade do sistema penal também se torna evidente neste caso. Ao longo desse processo que começa com mais de uma dezena de acusados pelos danos realizados em uma manifestação com mais de mil pessoas, vimos arquivarem um a um todos os suspeitos, responsabilizarem o único rapaz negro de ideologia anarquista que estava entre os acusados e agora incluírem outro militante negro do Pstu. Sabemos que o motivo central dessa condenação é de ordem político-ideológica mas não podemos omitir o fato de que a cor negra dos acusados tem um peso importante.

Os últimos processos tiveram como destaque a criminalização contra os coletivos e movimentos anarquistas. Em 2013, tivemos os nossos espaços públicos invadidos e nossos livros recolhidos, passando por pesados processos de inquéritos onde o que era avaliado era nossa posição em relação a temas como autoridade, governo, forças policiais e outros assuntos caros à ideologia anarquista. Panfletos, cartazes e literatura foram anexadas nos processos, como se fossem provas circunstanciais que mostrassem algum papel de mentor intelectual da nossa ideologia nas depredações ou saques realizados nas manifestações de 2013, que contavam com mais de 50 mil pessoas em Porto Alegre.

O companheiro Vicente, assim como os demais militantes e lutadores de outras organizações, coletivos e ideologias, não foi o primeiro e não será o último jovem negro e anarquista a ser condenado nesse Brasil racista. São milhares de homens e mulheres negros/as e pobres exterminados e condenados diariamente pelas polícias militares e pela justiça burguesa e racista. É a elas e eles que nossa solidariedade militante é direcionada e será junto de cada trabalhador/a que cerraremos nossos punhos. Não nos intimidaremos e em cada marcha de rua, piquete, greve, ocupação estaremos ombro a ombro com todos e todas que lutam!

Solidariedade à todos e todas companheiros e companheiras perseguidos por lutar!

Pelo fim da polícia militar!

Nossa ideologia anarquista não se presta a caricaturas!!!

Federação Anarquista Gaúcha – FAG

 

Sobre o inquérito veja: http://jornalismob.com/2014/06/09/o-bloco-e-a-margem-tudo-sobre-o-inquerito-que-olha-junho-e-diz-milicia/

NOTA DE REPÚDIO A ROGÉRIO FORCOLEN E REDETV

NOTA DE REPÚDIO A ROGÉRIO FORCOLEN E REDETV

Divulgando a nota da página Liberdade Aos Presos Políticos – RJ (https://www.facebook.com/pages/Liberdade-Aos-Presos-Pol%C3%ADticos-RJ/)

Nós, da página Liberdade Aos Presos Políticos – RJ, viemos por meio deste texto repudiar a postura do jornalismo inglório da emissora Redetv, falando mais especificamente de Rogério Forcolen, que em toda sua trajetória pareceu tratar as mazelas do povo como humor e de forma inaceitavelmente desrespeitosa.

Repugnamos o uso de palhaços frustrados, travestidos de jornalistas na TV brasileira, que fazem dancinhas constrangedoras e jogam sapatos nas câmeras, enquanto propagam fascismo e manipulam grande parte da população para enxergarem seus problemas sociais cotidianos como coisas banais e engraçadas. Em toda história de levantes populares, a dita “grande mídia” trabalhou arduamente, ajudando na criminalização de movimentos sociais.

Dia 12/01/2015 ocorreu no Tribunal de “Justiça” do Rio de Janeiro uma das audiências do processo contra 23 ativistas, que foram presos na véspera da final da Copa do Mundo, ou melhor, Copa da FIFA.

Como já estamos cientes de que o Poder Judiciário anda de mãos dadas com a imprensa tenebrosa e de caráter esquálido, no propósito de fazer valer a lei do estado de exceção, onde juízes se acham deuses, não seria diferente com o juiz direitista Flávio Itabaiana, que nas audiências permitiu o livre acesso dessa imprensa asquerosa à sala de audiência, enquanto familiares e amigos dos presxs e processadxs tinham que se revezar. E protege, quase divinamente, testemunhas de acusação falaciosas.

Como se já não bastasse todo ataque ao direito constitucional de manifestação, Rogério Forcolen, apresentador do RJ Notícias, covardemente insulta os ativistas, exclusivamente Fábio Raposo e Caio Silva, numa reportagem que ainda pode ser vista no portal da RedeTV, do dia 13/01/2015, com afirmações mentirosas, dizendo que não trabalhavam, que são filhinhos de papai, são sem educação, chegando ao ponto de chamá-los de “safadinhos”, que só sabiam fumar maconha, e que Fábio era um “maconheirinho” que fumava toras de maconha. Que Fábio e Caio são debochados e despreocupados com a vida alheia, referindo-se à morte acidental do cinegrafista Santiago Andrade.

Toda essa imprensa, que assim como a RedeTv, tem em sua equipe de pseudo jornalismo, figuras como o injuriante Rogério Forcolen, que jamais questionaram as contradições da investigação da morte de Santiago, e nem o desaparecimento de elementos importantes. Em todo momento ficaram focados em culpabilizar e demonizar todos que lutam pelo povo, com o povo, sendo parte do povo.

Lutar por direitos, não é crime. Toda pessoa tem o direito de autodefesa, e ainda mais quando se é atacado pelo Estado e seu braço armado.
Suas acusações são tão falhas que ficaram repetindo várias vezes a cena deles rindo, uma cena que é extremamente curta, pois Forcolen precisava de mais tempo para defecar pela boca!

RedeTv, Rogério Forcolen e seus algozes encaixotados, escusamo-nos de suas ações criminalizatórias e levianas.

Fascistas, NÃO PASSARÃO!

Para ter acesso ao vergonhoso vídeo para o jornalismo brasileiro, acesso o link:

http://www.redetv.uol.com.br/Video.aspx?245%2C237%2C436574%2Cjornalismo%2C%2Cativistas-fazem-cara-de-deboche-durante-audiencia-no-rio-de-janeiro

** NOTA DE REPÚDIO À ROGÉRIO FORCOLEN E REDETV **

Nós, da página Liberdade Aos Presos Políticos - RJ, viemos por meio deste texto repudiar a postura do jornalismo inglório da emissora Redetv, falando mais especificamente de Rogério Forcolen, que em toda sua trajetória pareceu tratar as mazelas do povo como humor e de forma inaceitavelmente desrespeitosa.           

Repugnamos o uso de palhaços frustrados, travestidos de jornalistas na TV brasileira, que fazem dancinhas constrangedoras e jogam sapatos nas câmeras, enquanto propagam fascismo e manipulam grande parte da população para enxergarem seus problemas sociais cotidianos como coisas banais e engraçadas.                                             Em toda história de levantes populares, a dita "grande mídia" trabalhou arduamente, ajudando na criminalização de movimentos sociais.                     

Dia 12/01/2015 ocorreu no Tribunal de "Justiça" do Rio de Janeiro uma das audiências do processo contra 23 ativistas, que foram presos na véspera da final da Copa do Mundo, ou melhor, Copa da FIFA.

Como já estamos cientes de que o Poder Judiciário anda de mãos dadas com a imprensa tenebrosa e de caráter esquálido, no propósito de fazer valer a lei do estado de exceção, onde juízes se acham deuses, não seria diferente com o juiz direitista Flávio Itabaiana, que nas audiências permitiu o livre acesso dessa imprensa asquerosa à sala de audiência, enquanto familiares e amigos dos presxs e processadxs tinham que se revezar. E protege, quase divinamente, testemunhas de acusação falaciosas. 

Como se já não bastasse todo ataque ao direito constitucional de manifestação, Rogério Forcolen, apresentador do RJ Notícias, covardemente insulta os ativistas, exclusivamente Fábio Raposo e Caio Silva, numa reportagem que ainda pode ser vista no portal da RedeTV, do dia 13/01/2015, com afirmações mentirosas, dizendo que não trabalhavam, que são filhinhos de papai, são sem educação, chegando ao ponto de chamá-los de "safadinhos", que só sabiam fumar maconha, e que Fábio era um "maconheirinho" que fumava toras de maconha.  Que Fábio e Caio são debochados e despreocupados com a vida alheia, referindo-se à morte acidental do cinegrafista Santiago Andrade.

Toda essa imprensa, que assim como a RedeTv, tem em sua equipe de pseudo jornalismo, figuras como o injuriante Rogério Forcolen, que jamais questionaram as contradições da investigação da morte de Santiago, e nem o desaparecimento de elementos importantes. Em todo momento ficaram focados em culpabilizar e demonizar todos que lutam pelo povo, com o povo, sendo parte do povo.          

Lutar por direitos, não é crime. Toda pessoa tem o direito de autodefesa, e ainda mais quando se é atacado pelo Estado e seu braço armado.                   
Suas acusações são tão falhas que ficaram repetindo várias vezes a cena deles rindo, uma cena que é extremamente curta, pois Forcolen precisava de mais tempo para defecar pela boca! 

RedeTv, Rogério Forcolen e seus algozes encaixotados, escusamo-nos de suas ações criminalizatórias e levianas.

Fascistas, NÃO PASSARÃO!

Para ter acesso ao vergonhoso vídeo para o jornalismo brasileiro, acesso o link:
http://www.redetv.uol.com.br/Video.aspx?245%2C237%2C436574%2Cjornalismo%2C%2Cativistas-fazem-cara-de-deboche-durante-audiencia-no-rio-de-janeiro)

Nota do MEPR em espanhol, sobre as perseguições e prisões dos lutadores do povo

¡LOS FASCISTAS NO PASARÁN !

LA JUVENTUD COMBATIENTE DESENMASCARA EL CARACTER POLÍTICO DE LOS ENCARCELAMIENTOS Y PROCESOS EN RIO DE JANEIRO

Gritando «¡No Pasarán!», esposados, con los puños en alto, Igor Mendes, Caio Silva y Fábio Raposo entraron, el pasado 16 de diciembre, en la sala donde se realizaba la audiencia de criminalización de los 23 activistas de las manifestaciones contra la Copa de la Fifa en Rio de Janeiro. Los activistas fueron saludados por los demas «reos» con la misma consigna. Pocas horas antes, las solicitudes de Habeas Corpus en favor del preso político Igor Mendes da Silva, activista del Movimiento Estudiantil Popular Revolucionario (MEPR) y del Frente Independiente Popular – Rio de Janeiro y de las perseguidas políticas Elisa Quadros Pinto, Sininho, y Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, habían sido denegadas por el Colegiado del Tribunal de Justicia de Rio de Janeiro.
Reafirmando su condición de presos y perseguidos políticos del viejo Estado administrado por Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando Pezão (PMDB) y Eduardo Paes (PMDB), la juventud combatiente presente en esta farsa de audiencia dio una prueba más de combatividad y dignidad, desmoralizando al juez fascista Flávio Itabaiana y a la podrida magistratura de Rio de Janeiro. Itabaiana, desesperado, lleno de miedo y odio afirmó gritando: “¡Esto no es la calle, quien manda soy yo!”. Y, en una clara demostración más del carácter político persecutorio del proceso judicial contra manifestantes y activistas, el juez fascista “mandó” que los abogados y familiares de los reos se retirasen, quedando solamente los vehículos del monopolio de prensa como la Red Globo. Fuera de la audiencia, decenas de personas realizaban una combativa manifestación por la liberación de los presos políticos y la anulación de los procesos, alzando las banderas rojas de lucha tan temidas por los reaccionarios togados.
Todo el proceso judicial contra los activistas participantes de las manifestaciones contra la Copa de la Fifa en Rio de Janeiro tienen un claro carácter de persecución política y es evidente la articulación entre la judicatura, las administraciones de Dilma Rousseff (PT), Sergio Cabral Filho/Luiz Fernando Pezão (PMDB) y Eduardo Paes (PMDB) y el monopolio de prensa, teniendo a su cabeza la Red Globo, con el objetivo de criminalizar a la juventud combatiente protagonista de las manifestaciones populares contra la juerga de la Fifa, en defensa de la enseñanza, la salud y el transporte públicos y contra la ocupación militar de las comunidades pobres de la capital fluminense por las Unidades de Policías Pacificadoras (UPPs) y del Ejército. Entre los principales testimonios de acusación están las delegadas de la Policía Civil Renata Araújo y Marcela Ortiz y un agente de la Fuerza Nacional de Seguridad que actuaba como agente infiltrado en las manifestaciones populares sin autorización judicial.
Caio Silva y Fábio Raposo son objeto de linchamiento público a través de una campaña difamatoria urdida por el monopolio de prensa a partir del trágico accidente que resultó en la muerte de cinegrafista Santiago Andrade, funcionario de la Red Bandeirantes de Televisión, durante una manifestación popular en la ciudad de Rio de Janeiro, en febrero de 2014. Todo el proceso judicial que resultó en la prisión de Caio Silva y Fábio Raposo está basado en pruebas confeccionadas por la policía y mentiras repetidas exhaustivamente como verdades por el monopolio de la prensa. Rafael Braga fue preso y condenado por portar materiales de limpieza absurdamente calificados como artefactos explosivos. Igor Mendes da Silva, Elisa Quadros Pinto, Sininho, y Karlayne Moraes da Silva Pinheiro tuvieron mandatos de prisión emitidos por su participación en un evento cultural por la celebración del Día del Profesor en Cinelandia, lo que fue considerado por el juez Itabaiana como la quiebra de las medidas restrictivas impuestas por la judicatura.
Como ocurrió repetidas veces en la historia política de nuestro país, la prisión de los activistas fue la señal para que se tramase una pantomima más con la participación de policías, jueces y de la prensa venal, en una verdadera campaña de “caza de brujas” contra demócratas y revolucionarios: rostros de activistas son exhibidos por la televisión en horario de mayor audiencia, siéndoles imputados actos jamás comprobados; investigaciones policiales, grabaciones de escuchas telefónicas y otras pruebas alegadas que supuestamente estaban bajo “secreto judicial” y a las cuales a los abogados de los presos políticos se les negó el acceso, fueron divulgados en “exclusiva” por los periódicos de la Red Globo; especulan desde los hábitos y las relaciones afectivas hasta la “inclinación ideológica” de los jóvenes activistas, llamados genéricamente “black bloc´s “.
La criminalización de los manifestantes y activistas en Rio de Janeiro cuando se apagan las luces del circo electoral es la señal de la administración de turno del viejo Estado sobre como serán tratadas todas y cada una de las auténticas luchas populares de ahora en adelante, frente al inevitable agravamiento de la crisis económica, política y social del capitalismo burocrático en el país. Dilma Roussef (PT) se empeña en unir a todos los grupos del poder y fracciones del Partido Unico de las clases dominantes en una verdadera cruzada represiva para garantizar los escondidos intereses de la gran burguesía, del latifundio y del imperialismo, principalmente yanqui, debidamente representados en el alto escalón de su Gobierno por la archirreaccionaria ruralista Kátia Abreu en el Ministerio de Agricultura y el banquero Joaquim Levy do Bradesco/FMI en el Ministerio de Hacienda.
En el campo, el frente oportunista electoral de Dilma Rousseff (PT/PMDB,PCdoB/PSB) aplica una política represiva aún más feroz contra la lucha por la tierra, particularmente, contra el movimiento campesino combativo en lucha por la Revolución Agraria. No pudiendo detener la persistente lucha por la tierra por medio de la actuación de sus “movimientos sociales” domesticados, la gerencia oportunista coordina la más cruenta represión a través de secuestros, torturas, asesinatos y prisiones con el objetivo de mantener intocado el latifundio e impunes a los latifundistas. Solamente en el estado de Rondônia son, al menos, 20 campesinos presos políticos de la lucha por la tierra. Además de la masacre perpetrada contra los pueblos indígenas, objetivo de los ataques constantes de la Fuerza Nacional de Seguridad, Policía Federal y el Ejército Brasileño.
Pero están muy engañados si piensan poder contener el avance de la lucha popular por medio de la represión policial y las prisiones políticas. ¡El mayor boicot electoral de la historia del país expresa el aumento de la conciencia política de nuestro pueblo y la creciente fascistización del viejo Estado sólo hace reforzar la comprensión por parte de parcelas cada vez más amplias de la ciudad y del campo sobre la necesidad y la justeza del camino de la rebelión contra toda este orden podrido y caduco!

¡Libertad inmediata para Caio Silva, Rafael Braga y Fábio Raposo!
¡Libertad inmediata para Igor Mendes y todos los presos políticos de la ciudad y del campo!
¡ES JUSTO REBELARSE!
Movimiento Estudiantil Popular Revolucionario (MEPR)

(Tradução publicada em 23/12/14 da nota do MEPR de 19/12/14, https://granmarchahaciaelcomunismo.wordpress.com/2014/12/23/mepr-brasil-los-fascistas-no-pasaran-la-juventud-combatiente-desenmascara-el-caracter-politico-de-los-encarcelamientos-y-procesos-politicos-en-rio-de-janeiro/)

De que lado estamos?

Reproduzimos nota de alunos de diferentes áreas das Ciências Sociais do Rio de Janeiro.

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De que lado estamos?

Nós, alunos de pós-graduação de diferentes áreas das Ciências Sociais do Rio de Janeiro, vimos a público nos contrapor à caracterização elaborada por intelectuais a respeito dos grupos que compõem as recentes manifestações que tomaram as ruas do Brasil nos últimos meses. São declarações para a imprensa, para corporações militares, e em congressos científicos que nada mais fazem além de generalizar o perfil e propósitos políticos de diferentes grupos empenhados na defesa de valores sociais democráticos, terminando por contribuir para a criminalização de suas ações, assim como para a repressão violenta e perseguições políticas realizadas por agentes e instituições do Estado. Em apoio à nota publicada pela Frente Independente Popular (https://frenteindependentepopular.wordpress.com/2013/09/17/o-que-e-isso-professora/), nos propomos matizar tais interpretações sobre a natureza política das manifestações desde uma perspectiva das ruas, onde temos nos feito presentes.
Distintas organizações laborais e estudantis populares e militantes independentes que compõem as manifestações se colocam contra a privatização e degradação de espaços e serviços básicos, contra a remoção compulsória de milhares de pessoas em benefício de grandes eventos e obras, contra o genocídio da população negra e indígena, pela reforma agrária, pela destinação prioritária de recursos públicos à educação, saúde e transporte. No Rio de Janeiro, particularmente, enfrentamos o número alarmante de 120 mil negros mortos e desaparecidos nos últimos dez anos, dados publicados recentemente em estudo (http://observatoriodefavelas.org.br/noticias-analises/10-mil-mortes-em-10-anos/), a expulsão truculenta pela Polícia Militar de indígenas do antigo Museu do Índio pelo governo do estado para satisfazer aos empresários da Copa do Mundo de Futebol, e a troca espúria de interesses entre empresários e governo, como é o caso dos transportes públicos. Às margens da atuação de grupos e partidos que cultivam os mesmos princípios, porém estagnados na ação institucional e recuada de intervenção na realidade social, a forma manifestação foi propulsionada nos últimos meses em proporções inéditas na história do país, tendo por objetivo fundamental denunciar as raízes sociais da profunda desigualdade e desrespeito à diversidade sociocultural que perseveram no Brasil. Em resposta, somam-se mais de dois mil detidos, dezenas de feridos graves, alguns mortos, e muitos seguem criminalmente indiciados. Há relatos de torturas e ameaças contra esses mesmos manifestantes identificados pelo aparato policial.
Agrupar manifestantes e manifestações sob o rótulo reducionista de um suposto fascismo em nada contribui tanto para uma compreensão ampliada da conjuntura, quanto para o avanço de pautas e discussões políticas defendidas, não apenas por manifestantes, mas pelos que agora vêm a público delimitar erroneamente seu perfil e suas motivações. Partindo de um reducionismo abstrato, esta análise da luta de classes no Brasil confina-se a dois pressupostos: 1) o dualismo “direita e esquerda” e 2) dados e reflexões sobre o sistema eleitoral a partir de uma perspectiva hiperinstitucional. Ou seja, sob este ângulo, posicionamentos políticos restringem-se à dicotomia “direita e esquerda” dentro do sistema partidário, e o atual sistema representativo é qualificado a priori como democrático. Assim, qualquer crítica geral aos partidos e ao sistema eleitoral é identificada como contrária à “democracia”.
Do mesmo modo, fala-se, não sem causar espanto, em “perda de poder dos ruralistas” a partir da aceitação de certas classificações sobre a composição produtiva nacional, tornando a análise novamente pobre e reducionista, por desconsiderar um importante conjunto de estudos que comprovam a centralidade do agronegócio na política macroeconômica nacional. Nos últimos dez anos foram aprovadas, por exemplo, diversas leis que favorecem este setor da classe dominante, encontrando nas recentes alterações do Código Florestal um de seus emblemas. As condições de possibilidade que culminaram na copiosa elaboração de leis ruralistas nos últimos anos são recuperadas em trabalho recente (Partido da Terra, Alceu Luis Castilho), apontando os vínculos de representantes políticos de todo o país com a posse e concentração de propriedades rurais. Ao reificar o discurso do Estado, alinha-se ao seu projeto desenvolvimentista, e contribui-se para a manutenção de uma ordem social definida hiperinstitucionalmente como “democrática”, mas que tem continuamente defendido os interesses de grandes grupos econômicos e das oligarquias por todo país.
O Levante Popular, a Revolta do Vinagre ou as Jornadas de Junho possivelmente desencadearam um novo processo de mobilização e manifestações pelo país que escapa à atuação de partidos políticos e organizações populares, sindicais e estudantis institucionalizadas. Tais enquadramentos conceituais por parte de cientistas sociais compactuam diretamente com a violenta repressão e criminalização realizada pelo Estado contra manifestantes e movimentos sociais, e com a manutenção das desigualdades sociais. Revela, ainda, a continuidade das reações autoritárias, e o apagamento deliberado da violência do Estado perante o acirramento de conflitos históricos.

Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2013.

Assinam este texto:
Discentes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional/UFRJ
Discentes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia – UFF
Discentes do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia – UFRJ

Discentes do Programa de Pós-Graduação em Agricultura, Sociedade e Desenvolvimento – UFRRJ:

Ariane Brugnhara
Maria Luiza Duarte Azevedo Barbosa
Sérgio Botton Barcellos
Vanessa Hacon
Frederico Magalhães Siman
Rômulo de Souza Castro
Dan Gabriel D’Onofre

Discentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – PUC:

Amanda Costa Reis de Siqueira
Claricio dos Santos Filho
Janderson Bax Carneiro
Fernanda Maria de Almeida
Paulo Emilio Azevedo
Jonas Soares Lana
Eduardo José Diniz
Alessandra Maia Terra de Faria
Olivia Nogueira Hirsch
Carla Soares
Gabriel Improta
Thelma Beatriz Carvalho Cajueiro Lersch
Paula Campos Pimenta Velloso
Guilherme Gonçalves
Marcele Frossard de Araujo
Laura de Almeida Rossi
Luisa Santiago Vieira Souto
Leonardo Seabra Puglia
Ana Carolina Canegal Pozzana
Beatriz Brandão dos Santos
Thiago Fernandes
Caroline Araújo Bordalo